Este blog foi criado pelos membros da OCT - Octopus Cia. de Teatro: Daniele Geammal, Luciano Loureiro e Ricardo Marques com o intuito de criar um arquivo de memória do espetáculo "Carícias" de Sergi Belbel em 2005.
Tradutor
"Carícias", no programa Armazém 41 do canal GNT
Carícias de Sergi Belbel, pela Octopus Cia. de Teatro - 2005
Em meados de 2004, Claudia Caê nos deu um texto para ler: “Carícias”, de Sergi Belbel, e logo surgiu a proposta de montá-lo. Decidimos fazer! Começamos a ensaiar, desta vez com o Luciano, o Ricardo, a Claudia, a Daniele Geammal e outros que vieram para esta nova empreitada, somando experiências, pondo em prática – em cena – o teatro que nos possa dar satisfação.
Quando começamos a ensaiar “Carícias” em novembro de 2004, e foram nove meses de ensaio, tínhamos uma única idéia, uma idéia maluca: todas as onze personagens seriam feitas pela Claudia e pelo Luciano. Tarefa difícil já que cada um teria que fazer várias personagens de idades e sexos diferentes.
Carícias, programa e convite
Carícias, pela Octopus Cia. de Teatro
Em dez cenas e um epílogo, o espetáculo mostra a degradação nas ralações familiares e amorosas. Não é uma história linear, que tenha começo, meio e fim.
Carícias, sobre Sergi Belbel
Sergi Belbel Nascido em Tarrassa – Barcelona – Espanha, em 1963, é considerado um dos autores e diretores mais importantes do teatro contemporâneo espanhol. Licenciado em filologia românica e francesa pela Universidade Autônoma de Barcelona, atualmente é diretor do Teatro Nacional da Catalunha e professor de dramaturgia do Instituto de Teatro de Barcelona.
Autor, diretor e tradutor. O catalão tem mais de quinze obras escritas, entre as quais se destacam: “Minim”; “Mal Show”; “Elsa Schneider”; “Talem”; “Caricias” e “Depois da Chuva”. Alguns desses, traduzidos encenados em mais de 30 países. Além de escrever, também é diretor de algumas de suas peças e de obras de autores tão díspares como: Perec; Sanchis Sinistierra; Beckett; Bonet i Jornet; Mamet; Calderón; Koltès e De Filippo. Traduziu, entre outros, Racine, Perec, Koltès, Goldoni, Neil Simon e De Filippo.
Colaborou no roteiro cinematográfico de duas de suas obras: Carícias (1997) e Morrer (1999), ambas dirigidas por Ventura Pons.
Seus textos de teatro já receberam diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Marqués de Bradomín, com “Calidoscópios”, sua primeira obra (1985); Ignasi Iglesias, com “Elsa Schneider” (1987); Ojo Crítico do Radio Nacional da Espanha (1992); Prêmio Nacional de Literatura dramática da comunidade Catalunha, com “Depois da Chuva” (1993 e 95); Serra em d'Or e o Prêmio Borne, com “Morrer” (1994), pela qual também recebeu o Prêmio Nacional de Cátedra Dramática (1996); o Prêmio Nacional de Literatura Dramática do Ministério da Cultura Espanhol (1996); e o Molière (1999).
Carícias, ficha criativa, técnica, agradecimentos e apoiadores.
Autor - Sergi Belbel
Tradução - Christiane Jatahy
Direção e atuação - Claudia Caê e Luciano Loureiro
Direção musical - Chiquinho Rota
Iluminação e fotografia - Ricardo Marques
Cenário - Daniele Geammal
Figurinos e adereços - Daniele Geammal e Paulo Barbosa
Expressão corporal - Elaine Aderne
Preparação corporal - Márcia Barbosa
Projeto gráfico do espetáculo - Patricia Norman
Programação visual pré-produção – Jeanine Geammal
Produção Gráfica - Júlio Cesar Farias de Mello
Caracterização dos tecidos - Atelier de Indumentária
Costureira – Marilene Cordeiro da Silva
Assistentes de cenário, cenotécnico, montagem e operação de luz - Sylvio Moura
Operação de som - Roseny Jussara Teixeira
Estagiários - Diego Montano, Ellen Dirk, Elton César e Nara Ize.
Assessoria de Imprensa - Aretuza Garibaldi
Produção executiva- Daniele Geammal e Ricardo Marques
Idealização e realização - OCT - Octopus Cia. de Teatro.
Carícias, cena 1 - Homem Jovem e Mulher Jovem
Carícias, cena 2 - Mulher Jovem e Senhora.
carícias, cena 3 - Senhora e Mulher Velha.
Carícias, cena 4 - Mulher Velha e Homem Velho
Carícias, cena 5 - Homem Velho e Menino.
Carícias, cena 6 - Homem e Menino.
Carícias, cena 7 - Homem e Garota.
Carícias, cena 8 - Garota e Senhor.
Garota: Peixe mais insosso. Faz um mês que eu não venho e você decide fazer o peixe mais insosso que existe e uma salada triste, uma salada triste cheia de vermes e um peixe sem gosto...
Garota: Papai...não suporto você...você está sozinho.
Carícias, cena 9 - Senhor e Rapaz.
Carícias, cena 10 - Rapaz e Mulher.
Mulher: Já te disse mil vezes que da próxima vez que você vier jantar pode trazer alguma amiguinha, se você quiser. Eu não me incomodo, pelo contrário. E nós mulheres nos entendemos. E seria menos chato. Por que você é tão chato? Ui, o comprimido. Por que você é tão cansativo?
Carícias, epílogo - Homem Jovem e Mulher.
Mulher: Ai. Ai. Sente-se, sente-se, por favor... Foi na escada, não é verdade? Você caiu na escada? Foi isso? Que horror. Espera só um segundo, Vem aqui comigo, senta aqui, fica calmo, pode ficar tranqüilo, tranqüilo.
A Mulher vai até um móvel e pega algodão e água oxigenada.
Aqui, senta aqui. Não tenha medo. Não precisa se preocupar. Eu te curarei como se eu fosse sua mãe. Melhor ainda.